Daniela Minello

A bolsinha de imãs

O termo imã, de origem árabe, significa “aquele que guia”. Daí você pode se perguntar o que eu estaria querendo falar?

Brincar é um ato de liberdade, é uma ação da condição humana e do reino animal.

Quando brincamos, experimentamos possibilidades para além daquilo que é apenas real, adentrando no mundo da imaginação e dos possíveis.

Quando você tem crianças em casa, elas observam e absorvem todo seu comportamento, trazendo para suas brincadeiras possibilidades de recriar a realidade pela qual elas pertencem.

Estes espaços que elas pertencem, somam-se aos seus espaços chamados corpos, para depois interagir com outros espaços agregados em seu ato de brincar.

A brincadeira então, vira seu mundo inventado a partir das suas escolhas.

O que um imã tem a ver com o ato de brincar?

Por vezes, diante das opções de alguns brinquedos que meus filhos brincam, eles pegam uma caixinha com bolinhas de imã.

Estes imãs podem ser transformados no que você quiser e ousar, permitindo que sua imaginação crie e materialize.

Certa ocasião, não andava muito animada. Meu filho mais novo percebendo tal situação iniciou seu projeto brincante.

Para minha surpresa, passado algum tempo, ele vem até mim e afirma: “Olha o que eu fiz mamãe”.

Neste momento, o tempo para mim parou e fui inundada por uma força chamada amor e empatia.

Parei, observei, respirei e lhe dei um caloroso abraço.

Neste momento, tive a certeza do amor envolvido nesta simples ação que se materializou numa força indescritível em mim.

Comentei sobre a potência do seu trabalho materializado com um simples brinquedo, mas que veio acompanhado de muitos significados.

Perguntei sobre a sua ideia e formato e ele me respondeu em tom de pergunta: Você gostou? Quer para você?

Ali percebi, o tanto que somos capazes de transformar realidades em possíveis imagináveis a partir do ato de brincar.

Francisco percebeu, que poderia me ajudar, construindo em seu ato de brincar, algo que me deixaria feliz e surpresa.

E ele conseguiu. Fez uma bolsinha de imãs cheia de bolinhas de imãs em seu interior.

"Aquele que guia", pode ser tomado, atraindo ou repelindo possibilidades de transformar sua realidade.

Aquilo que agregamos em nossas vidas, de alguma forma, conta um pouco sobre nós.

Não é apenas sobre o que atraímos para nossas vidas, mas sim sobre o que fazemos com o que nos vem.

Com um simples ato de brincar, aprendi que a empatia também é construída com doses de exemplo e de mansidão.

A criança, em seu mundo "dos possíveis" encontra soluções materializando-as no ato de brincar.

Que bom que as crianças, simplificam a vida brincando.

A bolsinha de imãs foi a forma que Francisco encontrou de extravasar a sua preocupação e empatia diante da situação, e ele sabia como solucionar em seu simples ato de brincar.

Que possamos ser imãs uns nas vidas dos outros.

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